Tudo pronto para as férias.
(Inclusive a mala entupida com roupas e casacos cuja probabilidade de serem usados será mínima. É um erro clássico, que eu insisto em cometer, mas um dia ainda aprendo a me desapegar de tanta roupa e da ansiedade de querer advinhar e controlar o incontrolável).
Enfim... Essas pequenas férias tem um significado especial na minha vida. Tem um "quê" de positividade e de liberdade que eu não consigo resumir em palavras.
Na verdade estávamos programando a pausa para setembro, quando iríamos assistir ao US Open nos Estados Unidos e assim realizar um grande sonho do maridão.
Mas, como "casamento é um relacionamento a dois onde uma pessoa decide e a outra é o marido" (rs!) eu uma colega conseguimos convencer que grand slam por grand slam Paris seria muito mais interessante do que Nova York.
É ou não é o sonho de toda mulher viver de amor em Paris? (Tá bom, tá bom... Eu dispensaria até Paris para viver só de amor, o trocadilho foi só para criar o clima!)
O imaginário de sonhos já está garantido, mas, como tenho insuficiência renal terminal nada é tão fácil na minha vida. Para uma viagem como essa tenho que mover meus mundos e os inevitáveis fundo$ para garantir a manutenção da terapia fora do meu domicílio.
Dá trabalho, mas eu insisto!
Parte do trabalho fica a cargo do SUS (sim, é o SUS que funciona!) que, através de um convênio com as empresas especializadas em biomedicina, se encarrega de entregar nos hoteis indicados por mim toda a parafernália utilizada na diálise: soluções dialíticas, conjunto de fios, cápsulas desinfectantes, máscaras etc.
(Se eu estivesse fazendo hemodiálise e não diálise peritonial - num outro momento posso explicar a diferença entre os procedimentos - o SUS, através de convênios, também me daria a opção de frequentar hospitais no exterior para realização do procedimento).
Parte do trabalho fica comigo pois tenho que levar o meu equipamento de diálise (também cedido em comodato pelo SUS) e me adequar as limitações normais do tratamento.
Isso, aliás, é uma coisa que eu faço questão de frisar: a diálise é um fato limitante na minha vida, mas não necessariamente sofrido.
Momentos críticos acontecem, mas por razões específicas que não vem ao caso. O essencial é que não é uma constante, tanto que quase ninguém fora do meu círculo familiar e de amizade sabe que eu sou renal. Minha médica vive dizendo que não sabe se isso é bom ou ruim...
Já tive a oportunidade de viajar para o exterior depois que iniciei a terapia e, fora problemas com a calibração das balanças da máquina e um estress desagradável com a companhia aérea, posso dizer tudo correu bem.
Também preciso agir com consciência em relação a medicação, horários, esforço físico e alimentação para que o sonho não vire um pesadelo, pois de aperto em viagem já estou escaldada.
Como disse antes, não é fácil, mas eu insito e conto com o apoio fundamental de pessoas especiais como meus pais, meu maridão lindo, família e amigos sempre positivos na minha vida.
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